Dra. Daniela Gontijo

Sou do interior de Minas Gerais, filha mais velha de um casal de irmãos.
Minha infância foi vivida na zona rural, onde também dei os primeiros passos na escola.
Aos 8 anos, deixei o sítio e fui morar com minha tia na cidade, para continuar os estudos — um passo corajoso para uma criança, mas necessário para seguir em frente. 

Nos fins de semana, fazia o caminho de volta para ver meus pais.
Às vezes pegava carona com um parente, outras, ia no caminhão do leite — ora na boleia, ora na carroceria, acomodada entre as latas de 50 litros.
Era um trajeto longo, mas cheio de significado: era o jeito que eu encontrava de matar a saudade de casa.

Desde cedo, meu pai sempre me incentivou a estudar.
Ele acreditava, com firmeza, que a educação poderia abrir portas.
E eu acreditei com ele.

Mais tarde, me mudei para Belo Horizonte para concluir o ensino médio.
Depois, fui para Barbacena cursar a faculdade.
Quando terminei, veio um novo desafio: a residência médica em São Paulo.
Foi lá que conheci meu esposo — e, com ele, construí raízes.